Ofrenda floral monumento Curros A Coruña

Entrevista a Xosé Alberte Corral, socio fundador e actual presidente da Agrupación Cultural O Facho

Xosé Alberte Corral, presidente do Facho

Xosé Alberte Corral Iglesias é sócio fundador e actual presidente da Agrupaçom Cultural O Facho. Desde a sua fundaçom, en 1963, e convencido da importância da sua labor em defensa da língua e da cultura galega, ocupa nela diferentes cargos diretivos.

É Professor Mercantil pola Escola de Comercio de A Corunha, Licenciado em Ciências Económicas pola Universidade de Santiago de Compostela e cursou jornalismo na Universidade Central de Venezuela. A dia de hoje está jubilado como professor de ensino secundário e continua com a labor cultural desta Agrupaçom.

Desde mói novo entendeu que tinha algo que dizer e em consequência escreve-lo; assi, escreve panfletos e artigos políticos sem assinar em revistas clandestinas, Mais tarde, em Venezuela, onde se refugiou escapando do regime franquista, diversos ensaios em distintas revistas de pensamento político.

Ao seu regresso a Galiza publica os seus poemários: “Palavra e memória”, “Acarom da Brêtema”, “Detrás da Palavra””, Gume de Navalha”, “Horas”, “Buracos no espelho”, “Húmus” e também livros de contos como “Janela Aberta” ou “Do lusco-fusco”, “Bock de Cerveja”

O Facho foi a primeira Agrupaçom Cultural galeguista em Corunha, e a segunda em Galiza, despois do Galo, fundada no franquismo. Em agosto de 1963, dous novíssimos rapazes, André Salgueiro e Quique Harguindey, difundem na prensa e radio um chamamento a trabalhar pola cultura e o idioma galego que remata na primeira Junta Geral á que acodem umhas 20 persoas.

Ti fostes um dos que decidiu responder a este chamamento, que esperavas atopar? Que tipo de persoas acudírom?

Mais ou menos o que achei, gente preocupada polo País e a sua cultura. Éramos umhacom mistura de estudantes com alguns profissionais liberais, advogados e algum médico. Entre eles estava, Xosé Luis Rodríguez Pardo que se apresentou junto com os seus amigos, Eduardo Martínez e Henrique Iglesias.

Está claro que O Facho nasce como um grupo em defensa da Língua e a Cultura Galega,com pero também com umha identidade de resistência contra o franquismo e de abertura a novas ideias e debates, nestas condiçons foi doado a sua constituiçom?

Bem! Eu ainda era um post-adolescente na descoberta da vida. Mas penso, que Xosé Luis Rodríguez Pardo que naqueles momentos trabalhava no escritório de Martínez Risco, e foi ali onde estudárom como criar legalmente umha Agrupaçom Cultural, que posteriormente secom denominou “O Facho”. Ainda que para lhe dar este nome, tivemos umha juntança na entre os promotores na cafetaria “Linar” para o debater junto com muitos outros

Qual fôrom as travas mais importantes que atopastes naqueles momentos e a reaçom da gente ante as actividades da nova Agrupaçom? E as ajudas? Qual era o impulso?

Lembro que se acabava de instituir “O Dia das Letras” e até o último minuto nom tivemos autorizaçom que tinha que vir de Madrid, do Governo Espanhol para pôr um posto de venda de livros em galego no Cantom Grande, frente a livraria “Zincke Hermanos” que nos-los prestava; algumha gente achegava-se até o tenderete. Nesse dia merquei dous livros: “Gramática do Idioma Galego” de Lugris, e “Os Pinos” de Pondal; ambos os dous editados pola mesma livraria nos tempos da II República Espanhola.

Nas primeiras semanas de existência da Agrupaçom juntávamos-nos numha cafetaria que existia frente o obelisco para logo mudar e ir a cafetaria Linar, ai tomou-se a decisom de chamar à Associaçom: “Agrupaçom Cultural O Facho”. Posteriormente as juntanças fazíamos-las na taverna “Santiso” da rua da Franja, onde Rodríguez Pardo começou a impartir os primeiros cursos de Língua Galega em conformidade com a “Gramática do Idioma Galego” de Lugris. Miguel González Garcés, em aquela altura era o Director da Biblioteca Pública que está na cidade velha, prestou-nos um salom e ali realizávamos as actividades d’O Facho.

O eixo central da actividade d’O Facho fórom as conferencias e os cursos de Língua Galega, para logo quando já tínhamos o local de Frederico Tapia seguir dando cursos de Língua Galega. Aos poucos criou-se um Grupo de Teatro do que foi responsável Manuel Lourenzo. Também organizou-se o primeiro certame de Banda Desenhada da Galiza e no 1975 realizou-se umha mostra de Banda Desenhada que recolhia os trabalhos do “Grupo do Castro”. Estabeleceu-se um Prémio para a Literatura Infantil e Juvenil, onde participárom e fórom premiados escritores posteriormente reconhecidos na Literatura Galega. Também organizarom-se percorridos para conhecer a cultura do País. Crio-se um Programa de Radio em Galego.

O Facho, na sua origem, tinha unha vocaçom política, porque ademais essa era toda a actividade política que se podia fazer de forma aberta, pero, que ocorre quando já morto Franco abrem-se outras canles de participaçom na vida pública, mantém-se esse espírito de loita?

Bom, como bem sabes, eu tivem que fugir do País no 1972 e arribei no Chile de Allende, porque ali estava-se a levar a cabo a construçom do socialismo pola via civil; logo nom me é possível falar dos derradeiros anos da tirania franquista. Agora bem, o actual Regime assentou-se na ideologia de que é umha democracia; quando os espanhóis nom pudêrom votar como se constituir, se em República o Monarquia. Existe um interesse em trabucar o eleitoral com o democrático, quando ambos conceitos nom som iguais. É certo que um carro sem as rodas nom se despraza, mas as rodas nom som o carro; sem eleiçoes nom há democracia, mas as eleiçoes nom som a democracia. Este interesse em confundir, vem da necessidade da alienaçom nas grandes massas humanas por parte do Capitalismo. Democracia é a capacidade de decidir sobre a própria existência, e o primeiro e fulcral é dispor das competências por parte dos criadores da riqueza, os trabalhadores, para incidir nas variáveis económicas; é muito mais, quando toda a riqueza é froito do trabalho, é só trabalho acumulado.